Nos últimos anos, os países que compõem o Mercosul têm se esforçado para melhorar a integração regional, e um dos avanços mais visíveis desse processo é a padronização das placas de veículos. As placas Mercosul, adotadas oficialmente no Brasil a partir de 2020, são o novo padrão veicular, trazendo diversas mudanças em relação ao modelo anterior.
Esse novo formato não é apenas uma atualização estética; ele visa aprimorar a segurança, facilitar a fiscalização e melhorar o controle de veículos entre os países do bloco econômico, que inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Embora a implementação tenha gerado debates e ajustes ao longo do tempo, as placas Mercosul vieram para ficar, tornando-se obrigatórias em diversas situações, como em veículos novos, transferências de propriedade ou mudança de município.
Neste artigo, vamos explorar o que são as placas Mercosul, suas diferenças em relação ao modelo antigo, os benefícios e desafios que elas trazem, e tudo o que você precisa saber sobre a troca e uso do novo padrão. Se você tem dúvidas sobre a obrigatoriedade, o custo ou até mesmo como identificar placas falsificadas, continue lendo para se informar sobre o impacto dessa mudança no seu dia a dia como motorista.
Quais as diferenças entre as placas antigas e as placas Mercosul?
Com a adoção das placas Mercosul, diversas mudanças foram implementadas em comparação ao modelo anterior utilizado no Brasil. Essas mudanças abrangem tanto o aspecto visual quanto funcional, refletindo o esforço de padronização e maior segurança entre os países do Mercosul.
O modelo anterior de placas brasileiras apresentava três letras seguidas de quatro números (ex: ABC-1234). Além disso, as cores das placas variavam de acordo com a categoria do veículo. As placas de veículos particulares eram brancas com caracteres pretos, enquanto veículos comerciais ou oficiais possuíam cores distintas, como vermelho ou azul.
O novo padrão Mercosul introduziu uma mudança no formato de identificação, que agora combina quatro letras e três números (ex: ABC1D23). A disposição dos caracteres é aleatória, permitindo uma maior quantidade de combinações possíveis. As novas placas também apresentam uma borda azul na parte superior, onde estão localizados o nome e a bandeira do país de origem (no caso do Brasil, a bandeira nacional e o nome "Brasil").
O novo modelo mantém a cor de fundo branca para todas as placas, mas a diferenciação entre os tipos de veículos é feita pela cor dos caracteres. Por exemplo, veículos particulares possuem letras e números em preto, enquanto veículos comerciais têm caracteres em vermelho. Veículos de aluguel, oficiais e diplomáticos também seguem uma paleta de cores padronizada para os caracteres.
As placas antigas não possuíam elementos de segurança integrados, o que facilitava falsificações e dificultava o rastreamento dos veículos. Um dos maiores avanços das placas Mercosul é a inclusão de novos elementos de segurança.
Cada placa possui um QR Code, que armazena dados importantes sobre o veículo e pode ser lido por dispositivos móveis para verificar sua autenticidade. Além disso, o padrão inclui uma marca d'água do Mercosul e outros elementos que dificultam falsificações.
O tamanho das placas antigas seguia um padrão fixo, mas variava para motos e carros. As medidas tradicionais, apesar de funcionais, não seguiam um padrão comum a outros países. As novas placas mantêm o tamanho padrão, mas agora seguem uma padronização internacional comum aos países do Mercosul, facilitando o reconhecimento e intercâmbio de informações entre fronteiras. O design foi pensado para se alinhar com normas de outros países do bloco.
Funcionalidade: rastreabilidade e fiscalização
As placas anteriores não possuíam tecnologias que facilitassem o rastreamento veicular. A fiscalização era feita majoritariamente com base em checagens visuais e manuais.
O novo padrão traz maior integração tecnológica. O QR Code permite que as autoridades acessem rapidamente informações detalhadas do veículo, incluindo seu histórico e dados cadastrais. Isso melhora a eficiência das fiscalizações, combate fraudes e facilita o controle em casos de roubo ou clonagem de veículos.
Quando é obrigatório trocar para as Placas Mercosul?
A adoção do novo padrão, que começou a ser implementado em 2020, trouxe mudanças nas regras para veículos novos e antigos, mas nem todos os condutores precisam fazer a troca de imediato. A seguir, explicamos as situações em que a troca é obrigatória e os casos em que a mudança não é necessária.
Compra de veículo novo
Quando um veículo zero quilômetro é adquirido, a primeira emplacação já deve ser feita utilizando o modelo Mercosul. Isso vale para todos os tipos de veículos, sejam carros, motos, caminhões ou reboques. A troca é obrigatória também para veículos importados, mesmo que usados, no momento da regularização da documentação no Brasil.
Transferência de propriedade (compra e venda de usados)
Ao comprar um veículo usado, a troca de proprietário no documento exige a substituição da placa antiga pela placa Mercosul. Isso ocorre independentemente de o veículo estar em perfeito estado ou se já possui uma placa do modelo anterior. Assim, ao realizar a transferência de propriedade no Detran, o novo proprietário precisará fazer a mudança para o padrão Mercosul.
Mudança de município ou Estado
Se o proprietário de um veículo mudar de município ou estado, é necessário realizar a transferência de registro no Detran, e, nesse processo, será exigida a troca da placa antiga pela Mercosul. Mesmo que o veículo já esteja registrado dentro do mesmo estado, mas mude de cidade, a troca será obrigatória.
Troca por perda, furto ou danos na placa
Em caso de perda, furto, roubo ou danos que tornem a placa ilegível, o proprietário deve providenciar a substituição. Nesse cenário, a placa será substituída pelo modelo Mercosul, mesmo que o veículo ainda utilize a placa antiga. Além disso, se houver necessidade de substituição de uma placa anterior que foi danificada, o novo padrão será automaticamente adotado.
Troca voluntária
Embora não seja obrigatória, muitos condutores optam por trocar voluntariamente para a placa Mercosul, seja por preferência estética ou para evitar futuras exigências em caso de venda ou mudança de município. Nesse caso, a troca pode ser feita por meio de um pedido formal ao Detran, seguindo o procedimento padrão de emplacamento.
Como fazer a troca para as Placas Mercosul?
Trocar a placa de um veículo pelo novo padrão Mercosul é um processo simples, que requer o cumprimento de uma série de etapas burocráticas. O procedimento é realizado pelo Detran de cada estado, com o apoio de empresas credenciadas para fabricar e instalar as placas.
O primeiro passo é fazer o agendamento do serviço no site do Detran do seu estado ou indo pessoalmente a uma unidade de atendimento. Alguns estados permitem que o agendamento seja feito totalmente online.
Escolha a opção de primeiro emplacamento (para veículos novos) ou troca de placa (para veículos usados). Ao realizar a solicitação, você será direcionado para gerar as guias de pagamento de taxas, que variam de acordo com o estado e o tipo de serviço.
Documentos necessários
Para dar andamento ao processo de troca da placa, você precisará apresentar os seguintes documentos:
- Documento de Identidade e CPF do Proprietário: Pode ser RG ou CNH.
- Comprovante de Residência Atualizado: Emitido nos últimos 90 dias.
- CRV (Certificado de Registro de Veículo) ou CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo): Documento que comprova a propriedade do veículo.
- Comprovante de Pagamento das Taxas: As taxas incluem o custo da fabricação e instalação da nova placa, além de outras possíveis tarifas de serviço do Detran.
- Boletim de Ocorrência (em caso de perda ou roubo da placa antiga): Necessário para justificar a troca.
Pagamento das taxas
Após gerar as guias no site do Detran, você deve efetuar o pagamento nas redes bancárias credenciadas ou por meios digitais, dependendo do estado. As taxas variam conforme a categoria do veículo e o tipo de serviço solicitado. As principais taxas envolvem o custo de fabricação da placa e os serviços administrativos do Detran.
Vistoria veicular (se necessário)
Em algumas situações, o Detran pode exigir uma vistoria do veículo antes da troca de placa, especialmente em casos de transferência de propriedade ou alteração de município.
A vistoria visa garantir que o veículo está regular e apto a circular, verificando aspectos como o estado de conservação e a numeração do chassi.
Escolha de uma empresa credenciada
Após a autorização do Detran, você será direcionado para escolher uma empresa credenciada para a fabricação e instalação das placas Mercosul. Essas empresas são autorizadas pelo Detran e possuem a tecnologia necessária para produzir placas conforme o novo padrão. No momento da escolha, você poderá comparar preços e prazos de entrega entre as empresas autorizadas.
Fabricação e instalação da Placa Mercosul
Uma vez escolhida a empresa, a nova placa será fabricada. O tempo de produção geralmente é rápido, podendo variar de algumas horas a poucos dias, dependendo da demanda e da empresa. Assim que a placa estiver pronta, você poderá agendar a instalação na própria empresa credenciada ou realizar a retirada e instalação por conta própria, caso isso seja permitido.
Retire o documento atualizado (se aplicável)
Em casos de transferência de propriedade ou mudança de município, após a instalação da nova placa, você também deverá retirar o novo CRV/CRLV atualizado com os dados da placa Mercosul. Esse processo pode ser feito online ou em uma unidade do Detran, dependendo da localidade.
Multas e penalidades
É importante lembrar que circular com placas danificadas, ilegíveis ou não realizar a troca quando obrigatória pode gerar multas e outras penalidades. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê infrações relacionadas à placa, como o uso inadequado ou ausência de identificação correta, com multas que podem variar entre leve e grave, além de pontos na carteira de habilitação.
Preço das Placas Mercosul: quanto custa trocar?
A troca das placas antigas pelas novas placas Mercosul envolve alguns custos que podem variar significativamente de acordo com o estado e a empresa credenciada escolhida para a fabricação e instalação.
Cada estado cobra uma taxa para a troca da placa, que pode variar entre R$ 50 a R$ 200. Essa taxa é cobrada pelo Detran e inclui a atualização dos registros do veículo no sistema. Além da taxa de troca de placa, pode haver uma taxa de licenciamento anual que também deve ser paga. O valor dessa taxa varia conforme o estado e o tipo de veículo.
Em alguns estados, pode ser exigida uma taxa adicional para a vistoria veicular, caso o Detran determine que é necessária para a troca. Essa taxa varia, mas costuma ficar entre R$ 30 e R$ 100.
O custo para a fabricação da placa Mercosul pode variar de R$ 100 a R$ 250, dependendo da empresa credenciada. Esse preço inclui a produção e, em alguns casos, a instalação da placa.
As empresas autorizadas a fabricar e instalar as placas podem ter preços diferentes, dependendo da região e da demanda. É recomendável fazer uma pesquisa em diferentes estabelecimentos para encontrar a melhor oferta.
Personalização
Caso o proprietário opte por personalizar a placa com molduras ou adesivos, esse custo deve ser adicionado ao total. O preço da personalização pode variar bastante, desde R$ 20 para molduras simples até R$ 100 para adesivos especiais.
Placas Mercosul e as regras de personalização
As placas Mercosul foram introduzidas com um padrão específico de design e identificação, visando uniformidade e segurança no trânsito. Entretanto, a personalização das placas é um tema recorrente entre os proprietários de veículos, que desejam conferir um toque pessoal ao seu automóvel.
Para garantir a integridade e a legibilidade das placas, a legislação estabelece regras claras sobre o que pode e o que não pode ser alterado:
Uso de molduras e adesivos
Os proprietários podem utilizar molduras em torno das placas, desde que estas não cubram as informações essenciais, como o número da placa, o nome do país ou outros elementos de identificação.
O uso de adesivos que não obstruam a leitura dos dados da placa é permitido, mas devem ser de material refletivo e de boa qualidade para não prejudicar a visibilidade, especialmente à noite. Os adesivos que indicam a categoria do veículo, como “taxi”, “aprendiz” ou “deficiente”, são exemplos de personalização autorizada.
Decoração da Placa
É permitido incluir elementos gráficos, como um pequeno símbolo ou logotipo que não interfira nas informações da placa, desde que respeite as normas de visibilidade e legibilidade.
Embora a cor base da placa deva ser branca, pequenas alterações nas bordas ou na moldura (como cores que combinem com a estética do veículo) podem ser aceitas, desde que não comprometam a identificação da placa.
O que não pode ser alterado
Mudanças no design padrão: não é permitido alterar o design padrão da placa, como mudar a disposição dos caracteres, adicionar símbolos ou letras que não sejam parte do código de identificação.
Alteração das cores básicas: a cor do fundo (branco) e da faixa (azul) não pode ser alterada. Placas de fundo colorido ou qualquer outra combinação que não seja a oficial não são permitidas.
Cobertura das informações: não é permitido o uso de qualquer tipo de material ou acessório que cubra as informações essenciais da placa, como o número de identificação, o nome do estado ou a identificação do país.
Consequências da personalização irregular
Optar por personalizações que não seguem as normas pode resultar em penalidades. Proprietários que não respeitarem as regras de personalização podem ser multados conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Em casos de personalização excessiva ou que comprometa a identificação da placa, a autoridade de trânsito pode determinar a retenção do veículo até que a regularização ocorra.
Como as placas Mercosul são utilizadas também para trânsito em outros países do Mercosul, uma personalização irregular pode gerar complicações durante viagens para países vizinhos.
Preciso de despachante para trocar a placa do veículo?
Não é obrigatória a contratação de um despachante para a troca de placas Mercosul, mas muitas pessoas optam por esse serviço devido à praticidade e à agilidade que ele pode proporcionar.
Veja as vantagens de usar um despachante:
- Facilidade nos procedimentos: o despachante pode ajudar a preencher formulários e reunir toda a documentação necessária, tornando o processo mais simples.
- Conhecimento das normas: eles costumam ter conhecimento atualizado sobre as normas do Detran e podem evitar erros que poderiam atrasar a troca.
- Agendamento e vistoria: um despachante pode cuidar do agendamento da vistoria e garantir que tudo seja feito dentro dos prazos legais.
Para facilitar sua vida, confira nossas listas de despachantes por estados e cidades: